quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

TREINAMENTO PARA O ACONCÁGUA

Aventuras extremas exigem treinamentos extremos...












Além das longas caminhadas, o treino de subir escadas é excelente pois trabalha os mesmos músculos e concentração exigidos na escalada em alta montanha.

Neste treino, subi 20 vezes os 16 andares do prédio, totalizando 300 andares... foram mais de três horas de subida.

(na foto: fazendo a contagem na parede)


PARQUE ITATIAIA
















O próximo passo foi passar um fim de semana no Parque Itatiaia (entre Rio de Janeiro e Minas Gerais) e subir o Pico das Agulhas Negras (8ª maior montanha do Brasil) e outros na redondeza, para um contato com o ambiente natural e um pouco de altitude.


cume da Agulhas Negras!(2900m)


apreciando a vista do Vale do Paraiba...


assinado o livro que fica no cume...




após horas de escalada debaixo do Sol, retornando à pousada um presente da natureza que parecia miragem...

ACLIMATAÇÃO NA BOLÍVIA:



















Uma semana antes de minha ida à Argentina, "dei um pulinho" na Bolívia com a intenção de fazer meu organismo se acostumar com a altitude, visando minimizar as chances de eu sofrer o famoso "mal da montanha" quando estivesse no Aconcágua.

A estratégia não ocorreu exatamente como eu imaginava... Sair da altitude de São Paulo (750m)numa 6ª feira e encarar os quase 4000m de La Paz no Sábado já seria um grande desafio, mas como gosto de exagerar em tudo que faço, ao invez de ficar quietinho na capital da Bolívia, só respirando o ar rarefeito de lá, fui inventar de visitar uma montanha próxima, Huayna Potosi! E lá, não resisti... acabei escalando uma parede de gelo que estava a 5.500m de altitude. (Esforço este que meu organismo ainda não estava pronto para executar e logo pagarei o preço, continue lendo)... Após estes exercícios, passei a noite de Sábado para Domingo num refúgio aos pés desta mesma montanha, na altitude de 5100 m.
Ou seja, saí de 750m e fui para 5500m em dois dias! Contrariando totalmente as regras de aclimatação do corpo que todo montanhista deve seguir. Por isso, paguei o preço: no meio da madrugada acordei com palpitações e tive várias apnéias! Meu organismo simplesmente parava de respirar e eu acordava com os olhos arregalados puxando o ar! Depois de umas 30 paradas respiratórias, levantei decidido à não dormir mais pois achava que uma hora não acordaria... saí da casinha de madrugada, mesmo com frio e neve, para respirar fundo e procurar me acalmar...

Conclusão: passei mal à noite, não dormi quase nada e saímos de madrugada para voltar à La Paz pois meu vôo de volta ao Brasil era logo cedo. No caminho estava quase decidido a não ir mais ao Aconcagua pois " já tinha vivido minha cota de perrengues do ano" .

Já em casa, informei a um médico do esporte o que ocorrera comigo e ele me explicou de uma forma super simples e direta: ..."sair de uma altitude baixa como a nossa e ir para 5500m, tão rápido como vc fez, foi como entrar na frente de uma locomotiva que esta vindo a 100km/h e tentar pará-la com o peito."
Morra de inveja super homem!

Posso dizer que aprendi da forma mais difícil que: "Com altitude não se brinca."


E após alguns dias me recuperando no Brasil, deixei de lado a idéia de desistir do Aconcágua e saí de São Paulo rumo à Mendoza (Argentina), no dia 25/12/2010, para viver minha segunda
expedição na montanha mais alta das Américas!
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fotos Bolívia:

visualizando a próxima parada...


meditando nas alturas...



escalando uma parede de gelo, esforço em altitude que ainda não estava preparado para fazer...














o "super homem"...








refúgio nos pés da montanha...
















a dona da "hospedaria"...


casinha super acochegante e comidinha nota 10 antes de ir dormir... mal sabia eu o que me esperava...










saída de madrugada... cansado, sem dormir, com frio e assustado...



na cabeça, um único pensamento: "chega de perrengues?!